Relatório de Inflação, IBC-Br, desempenho nos setores de Serviços e Varejo e taxa de desemprego são os destaques da agenda desta semana
Nesta semana, as atenções dos mercados locais estarão voltadas à divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) do Banco Central, na quinta-feira. Esperamos que o RTI deva sugerir a intensificação no ritmo de corte da Selic, além de ressaltar que houve alívio considerável na inflação. Em outras palavras, o documento mostrará poucas alterações das projeções do cenário de referência e de mercado do Banco Central em relação à ata da última reunião. Contudo, podemos esperar sinais adicionais sobre os próximos passos da política monetária, incluindo a discussão da taxa de juro real neutro. Os dados de atividade de janeiro também estarão no radar, com destaque para as divulgações (i) da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), a ser conhecida na quarta-feira, (ii) da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), no dia seguinte, e (iii) do IBC-Br, na sexta-feira.
Na quinta, o varejo restrito deve mostrar alta de 1,2% na passagem de dezembro para janeiro, impulsionada pelo crescimento do setor supermercadista no período. O indicador coincidente das vendas nos supermercados (1,0%, m/m, Boa Vista | 1,4%, m/m, Abras) corrobora com a nossa avaliação. No conceito ampliado, as vendas devem mostrar redução de 0,6% (m/m), refletindo o fraco comércio de automóveis e veículos leves (-5,2%, M/M, Anfavea | -4,9%, M/M, Fenabrave). O volume de serviços (quarta) deve recuar 1,4% (m/m) em janeiro. O menor fluxo de veículos pesados nas estradas (-2,1%, M/M) e nossa estimativa para o varejo ampliado dão suporte para esta análise. No final da semana, o IBC-Br de janeiro deve mostrar queda de 0,1% (M/M), em razão do desempenho negativo do setor de serviços. No entanto, a melhora da confiança dos agentes deve limitar a intensidade do movimento. Também no último dia útil da semana, o IBGE divulgará a Pnad Contínua de fevereiro, que deverá mostrar taxa de desemprego crescente, passando de 12,6% para 13,3% em fevereiro em função da atividade fraca e de planos de demissão voluntária.
Além disso, a agenda desta semana contará com as divulgações dos resultados fiscais de fevereiro, como arrecadação de impostos e contribuições, ainda sem data definida. Ainda teremos na quinta e sexta-feira, respectivamente, os resultados primários do governo central e consolidado, para os quais projetamos déficits de R$ 15,5 bilhões e de R$ 12,0 bilhões, nessa ordem. Ademais, após o IPCA-15 de março apontar para continuidade da desinflação, conheceremos o resultado do IGP-M deste mês na quarta-feira. Esperamos alta de 0,06%, ligeiramente inferior à observada em fevereiro.
Em contrapartida, a agenda de divulgação de indicadores internacionais estará bastante esvaziada na próxima semana. Na quinta e sexta-feira, serão divulgadas as leituras finais do PIB dos EUA e do Reino Unido do quarto trimestre de 2016, respectivamente, e não devem trazer grandes alterações em relação às prévias.