Agenda Econômica Semanal
27 de junho a 3 de julho de 2016
Agenda doméstica vem carregada, com atenção para o Relatório Trimestral de Inflação, dados da indústria e a taxa de desemprego
O Relatório Trimestral de Inflação (RTI), a ser divulgado amanhã, será um dos destaques da carregada agenda doméstica desta semana. O documento ganha importância adicional por ser o primeiro a ser divulgado sob a nova presidência do Banco Central (Ilan Goldfajn). Contudo, como grande parte do RTI foi elaborado pela equipe antiga do BC, a contribuição direta do novo presidente do Banco Central deve se limitar à sinalização da política monetária. Acreditamos que o documento virá em linha com a última Ata do Copom, na qual foi apontado que a inflação medida pelo IPCA chegará à meta em 2017, caso a Selic fique em 14,25%. Se confirmado esse cenário, será a primeira vez desde março de 2010 que o RTI mostrará a inflação para o ano seguinte na meta. No RTI anterior, o IPCA de 2017 ficou em 4,9%. A aposta do mercado ainda mostra o IPCA de 2017 acima da meta, segundo relatório Focus divulgado nesta manhã.
Para esta semana destacamos ainda o resultado da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) de maio, a ser divulgado na sexta-feira, para o qual estimamos queda de 0,5% (MoM), refletindo as greves nas montadoras (Volks e Volvo) e os fracos dados dos indicadores coincidente: fluxo de veículos pesados nas estradas (-2,6% MoM), Nível de Utilização da Capacidade Instalada da indústria (Nuci-FGV) (- 0,7% MoM) e produção de veículos pela Anfavea (-3,2% MoM). O consenso de mercado, contudo, tem sinalizado avanço de 0,4% da produção industrial na margem, reforçando a expectativa de estabilização da atividade neste trimestre. A taxa de desemprego de maio (quarta), medida pela PNAD Contínua, deve apresentar alta de 11,2% para 11,4% em função da queda na atividade.
Também merece atenção a divulgação do resultado final do IGP-M de junho, na quarta-feira, para o qual projetamos aceleração de 0,82% para 1,45% devido ao encarecimento dos produtos agropecuários, os quais devem refletir a alta dos grãos (soja, feijão e milho) e do leite in natura. O INCC, um dos índices que compõem o IGP-M, deve apresentar maior ritmo de alta em junho (0,19% para 1,20%), impulsionado pelo aumento no custo da mão de obra na construção civil em função do dissídio da categoria. Por fim, conheceremos amanhã o resultado primário do Governo Central referente a maio, bem como diversas Sondagens da FGV relativas a junho, a serem divulgadas ao longo da semana.