Última semana do ano traz indicadores do mercado de trabalho
Nesta semana teremos como estaque indicadores do mercado de trabalho. A taxa de desemprego (Pnad) de novembro (quinta-feira) deve aumentar de 11,8% para 11,9%, refletindo a atividade fraca e os planos de demissão e aposentaria voluntária anunciados recentemente por grandes empresas. Na quarta, o Ministério do Trabalho e Emprego deve mostrar a geração de vagas formais (CAGED) em novembro. As sondagens da FGV de dezembro sobre a confiança da indústria (segunda-feira) e de serviços (terça-feira) serão divulgadas no decorrer da próxima semana. Acreditamos que, na linha de dados já divulgados, teremos recuo relevante destes indicadores.
O IGP-M de dezembro (quinta-feira) deve subir de –0,03% para 0,49% (M/M), puxado pela intensificação do ritmo de alta dos produtos industriais, que devem ter seu movimento liderado pela alta do Minério de ferro. Além disso teremos o impacto da alta do diesel e da gasolina, anunciada pela Petrobras em 08/12. Após o superávit primário de outubro (R$40,8 bi), impulsionado pela receita extra da repatriação, na terça o resultado do governo central de novembro deve apresentar déficit de R$56,8 bi. Pelo lado das despesas, tal movimento se explica pela elevação sazonal dos gastos obrigatórios (13º salário) e pela amortização de restos à pagar, visando a utilização do limite superior permitido pela meta, o que significa uma maior base de gastos em 2017. Segundo as regras da PEC 55/2016, já aprovada pelo Congresso, o gasto ficará limitado à despesa do ano anterior corrigida pela inflação dos últimos doze meses. Como parcela relevante da arrecadação oriunda da repatriação foi recolhida após o 21º dia do mês de outubro, o repasse da transferência aos Estados e Municípios será contabilizado em novembro, o que contribuirá negativamente para o resultado. Caso nossa estimativa seja confirmada, o resultado do governo central no acumulado entre janeiro e novembro, que em 2015 foi de -R$ 54 bi, passará para –R$112 bi.
Com poucos indicadores relevantes devido ao Natal e da proximidade do Ano Novo, a agenda internacional nos Estados Unidos contará com os dados de vendas de casas pendentes, de Estoques no Atacado e alguns índices do setor industrial. Na Alemanha, as vendas do setor varejista devem apresentar queda, na margem, após terem crescido 2,4% (M/M) em outubro. No entanto, o recuo deve ser pontual, já que dados como a confiança do consumidor, que tem subido de forma consistente, e a recente depreciação do Euro, sinalizam comportamento favorável ao consumo mesmo no curto prazo. Na China, o destaque será a divulgação do PMI de Manufatura medidos tanto pela NBS como pela Caixin. Em relação ao primeiro, a expectativa é de ligeira queda, enquanto para o segundo é de alta marginal. Entretanto, ambos estão no maior patamar desde 2014, em razão da forte atuação do governo diante do aumento dos estímulos que vem ocorrendo desde o final de 2015.