As atenções da semana estarão voltadas à ata do Copom e ao Relatório Trimestral de Inflação
Na agenda doméstica, o radar do mercado está voltado para a Ata do Copom e ao Relatório Trimestral de Inflação. Os documentos deverão trazer tom semelhante ao comunicado divulgado após a reunião desta semana, com detalhamento do cenário de inflação e do balanço de riscos considerado no momento. Na quarta, o Banco Central do Brasil (BCB) divulgará a Ata do COPOM, documento que vem ganhando importância, após a surpresa da manutenção da Selic na reunião o Copom de mai/18. Na Ata, a instituição deve avaliar que o cenário permanece incerto e condicionar suas próximas decisões ao comportamento dos dados e do cenário externo. Enquanto isso, a instituição deve continuar reforçando que não há relação mecânica entre o câmbio e a política monetária. Acreditamos que o BCB não deve sinalizar para alta de juros em 2018. Na quinta, o BCB divulgará o Relatório Trimestral de Inflação do 2T18. No documento, a autoridade monetária deve reduzir suas estimativas para o PIB de 2018 (2,6% para algo entre 2,0% e 1,5%), em razão dos efeitos da greve dos caminhoneiros e da deterioração das condições financeiras. Além disso, o BCB deve fazer considerações sobre o impacto da paralisação e do choque cambio sobre a inflação.
O IGP-M de junho continuará mostrando pressão dos preços no atacado e as prévias das sondagens de junho deverão apontar para redução da confiança de empresários e consumidores. Na quinta, o IGP-M de junho deve acelerar de 1,38% para 1,59%, refletindo os efeitos inflacionários da paralisação dos caminhoneiros, especialmente nos alimentos e combustíveis. Entre as aberturas, os Produtos Industriais devem liderar o movimento, puxado por Produtos alimentícios industrializados, Produtos químicos, Óleos combustíveis e Gasolina. Os Produtos agropecuários também devem contribuir para a intensificação do ritmo de alta do IGP-M, refletindo o encarecimento dos Grãos (Milho e Soja) e do Leite. O INCC (terça) deve acelerar de 0,30% para 0,66% devido aos reajustes salariais dos trabalhadores da construção civil.
Os dados fiscais devem mostrar dinâmica contida da receita e os dados de crédito, dinâmica positiva das linhas de pessoa física. Ainda teremos a decisão de bandeira tarifária para julho, que deve seguir no patamar vermelha. O resultado do governo central de maio (quinta) deve ter déficit de R$14,2 bi. Na sexta, a arrecadação federal de maio deve sair de R$108,0 bi para R$105,7 bi, em razão da sazonalidade do período. Se nossa estimativa for confirmada, a arrecadação crescerá 5,2% (A/A).
Na sexta, a taxa de desemprego de maio deve subir de 12,9% para 13,0%, refletindo o aumento de 192 mil da população desocupada e a redução de 119 mil da população ocupada. Na série com ajuste sazonal, a taxa de desemprego deve subir de 12,3% para 12,6%. No decorrer da semana, a FGV deve divulgar suas sondagens sobre a confiança de junho.
Na agenda externa, destaque para os dados de inflação da Área do Euro e dos EUA. Os indicadores devem mostrar dinâmica contida, com aceleração gradual em direção à meta.