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Agenda Econômica Semanal – 24 a 31 de outubro 2016

A Ata do Copom (terça-feira) será o destaque da agenda econômica nesta semana e deverá trazer informações adicionais sobre os próximos passos da política monetária, especialmente em relação ao ritmo e à magnitude do ciclo atual. No comunicado da reunião em que o Banco Central reduziu a taxa de juros básica de 14,25% para 14,0% ao ano, por decisão unânime, a autoridade monetária mostrou postura cautelosa, diante da resistência da inflação de serviços e das incertezas ligadas às reformas fiscais. Na Ata, o Banco Central deve manter o tom de cautela, sinalizando que a flexibilização da política monetária será gradual e que o ritmo de queda dos juros dependerá do andamento do ajuste fiscal e da trajetória de desinflação dos componentes do IPCA mais sensíveis aos juros e à atividade econômica. Por meio do documento, a expectativa é de que o Banco Central terá a oportunidade de aprofundar a discussão sobre esses pontos, o que deverá ser visto pelo mercado como fundamental para a formação das expectativas sobre a dinâmica dos juros nesse início de ciclo de flexibilização da política monetária. Acreditamos que a retomada mais gradual da atividade, frustrando as expectativas, deverá contribuir para o processo de desinflação em curso, o que levará o Banco Central a acelerar o ritmo dos próximos cortes da Selic.

Nesse sentido, o resultado da leitura final do IGP-M de outubro, a ser conhecido na sexta-feira, reforçará nossa visão de desaceleração da inflação à frente. Projetamos alta 0,18%, puxado pela deflação dos produtos agropecuários (feijão, leite e soja). No âmbito da política fiscal, conheceremos hoje o resultado da a arrecadação federal que deve registrar R$92,5 bilhões em setembro (-2,9% a/a), refletindo a frágil recuperação do crescimento. O resultado do governo central de setembro (quinta) deve ser de -R$22,5, influenciado do lado das despesas pelo pagamento do 13º salário (aposentados e servidores) e pelos reajustes dos servidores.

Também teremos a divulgação dos dados do mercado de trabalho de setembro, que mostrarão continuidade do ajuste do emprego. A Pnad Contínua (quarta-feira) deverá indicar que a taxa de desemprego chegou a 11,9% no período, em razão da atividade econômica fraca e do ainda baixo patamar da confiança dos agentes econômicos, e as informações do Caged, sem data definida, apontarão saldo negativo de 10 mil vagas formais. Além disso, serão conhecidas a nota do setor externo e a de crédito de setembro na terça e quarta-feira, respectivamente, enquanto o resultado primário do governo central desse mesmo mês será conhecido no dia seguinte. Por fim, a agenda doméstica também contará com as sondagens da FGV referentes a outubro, a respeito da confiança da indústria (prévia), do consumidor, do construtor e do comércio que sairão no decorrer desta semana.

Na agenda internacional destacamos a divulgação da leitura preliminar do índice PMI composto dos Estados Unidos (quarta-feira) de outubro, trazendo as primeiras informações sobre a economia norte-americana no quarto trimestre. Outro destaque é o resultado da primeira prévia do PIB norte-americano do terceiro trimestre (sexta-feira), para o qual o mercado espera aceleração do ritmo de crescimento ante os três meses anteriores. Assim, juntamente com os sinais adicionais de aperto do mercado de trabalho e aceleração da inflação, os dados deverão reforçar nossa expectativa de alta da taxa de juros dos EUA em dezembro.

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