Decisão do Copom sobre juros é o principal assunto da semana
Nesta semana, a atenção do mercado vai se concentrar na decisão de política monetária do Copom, na quarta-feira. No encontro, acreditamos que o comitê reduzirá a taxa Selic de 10,25% para 9,25%, o que significará manutenção do ritmo de corte de juros. Após o aumento da incerteza devido à eventos não econômicos vistos na 2ª quinzena de maio, o Banco Central chegou a indicar que reduziria o ritmo, porém como um amplo conjunto de fatores positivos se consolidou a expectativa de um novo corte de 100 basis-points (bps) a voltou a ser a aposta majoritária do mercado. Nesse sentindo, destacamos para queda do câmbio, do prêmio de risco soberano e da inflação, bem como a relativa tranquilidade dos mercados internacionais. Avaliamos que o Copom deve deixar a porta aberta para um novo corte de 100 bps no Copom do dia 6 de setembro.
Reforçando essa tendência desinflacionária, o IGP-M deve reduzir continuar em deflação, ao passar de –0,67% para -0,65% (M/M) em julho. Os elevados custos com a mão de obra da construção civil devem aliviar levemente o ritmo de queda do índice. Por outro lado, a queda no preço (i) do Milho de-vido ao nível alto de estoque e à boa performance da “safrinha”, (ii) da Batata, (iii) dos Suínos e (iv) dos Combustíveis ajudam a explicar a continuidade do índice no terreno negativo. A alta sazonal dos custos com a mão de obra da construção civil deve reduzir moderadamente o ritmo de queda do índice.
Outro destaque da semana é o resultado fiscal referente a junho. Nesse sentido, na quinta-feira será divulgado o resultado do Governo Central, que, segundo nossas estimativas, deve apresentar déficit primário de R$ 21,3 bilhões. No dia seguinte, será conhecido o resultado do setor público consolidado, que deve ter registrado déficit de R$ 20,2 bilhões. Em relação aos indicadores de atividade, ao longo da semana a FGV divulgará o resultado de julho das Sondagens dos diversos setores da economia. Na sexta-feira, conheceremos os dados da PNAD contínua, que, segundo nossas projeções, deve apontar que a taxa de desemprego permaneceu em 13,3% no mês passado. Por fim, o Banco Central divulgará, na quinta-feira, os dados do mercado de crédito referentes a junho.
No cenário externo, o mercado deve ficar atento à divulgação das primeiras estimativas do PIB do segundo trimestre dos Estados Unidos, a serem conhecidas na sexta-feira, após a frustração com o resultado do PIB no primeiro trimestre. Além disso, na quarta-feira a primeira estimativa do PIB do Reino Unido deverá mostrar que a atividade econômica continuou fraca nos últimos meses. Por fim, na quarta-feira, o Fed deve anunciar o resultado de sua reunião de política monetária, na qual esperamos que não haja alteração da taxa de juros nem mudança relevante de sua comunicação.