Em meio às dúvidas que pairam sobre aos próximos passos do Copom, as atenções do mercado nesta semana estarão voltadas para o resultado de maio da prévia oficial da inflação, o IPCA-15 (terça-feira), que deve mostrar desaceleração da inflação, resultado da mudança da bandeira tarifaria de energia elétrica de escassez hídrica para verde. Além disso, alimentação e combustíveis também vão contribuir para a redução da inflação. Por outro lado, os núcleos ainda devem vir pressionados. A expectativa é de que a leitura de maio do IPCA-15 venha com alta de 0,45%, bem abaixo do resultado de abril (+1,73%). No acumulado em 12 meses, o indicador deve ficar relativamente estável, em 12,04% ante 12,03%.
O dado será importante para o mercado avaliar se há condições para o Copom encerrar o ciclo de alta da Selic em junho, possivelmente em 13,25% aa, ou se haverá necessidade de um ajuste adicional em agosto.
Na quinta-feira será divulgado o CAGED de abril, que ainda deve mostrar um saldo robusto de contratações no mercado formal de trabalho. Na série livre de influência sazonal, deveremos observar contratações liquidas de aproximadamente 200 mil trabalhadores, dando continuidade à recuperação do emprego formal, liderado pelo setor de serviços. Os resultados têm surpreendido para cima, com o aumento da formalidade impactando positivamente a massa salarial e contribuído para o bom desempenho da atividade neste primeiro semestre do ano.
Temos ainda esta semana a divulgação das sondagens de confiança pela FGV (consumidor, indústria e construção) de maio, que devem seguir apresentando melhora, beneficiadas pelas medidas de estímulo ao consumo (saque FGTS, aumento da margem consignável etc.), sugerindo continuidade da retomada da atividade no 2º trimestre.
Sem data definida, a Receita Federal pode divulgar os dados de arrecadação do mês de abril, que deve apontar uma arrecadação de R$ 190,0 bi no mês, equivalente a uma alta real de 9,2% ante abril de 2021, mantendo o bom ritmo de crescimento, impulsionado pelo maior dinamismo da atividade, alta inflacionária e preços elevados das commodities, o que tem contribuído para uma melhora das contas públicas.
No exterior, destaque para dados de atividade e inflação nos EUA. Na sexta-feira, teremos os dados de gastos e renda das famílias americanas referentes a abril, bem como o deflator do consumo que é o principal índice de inflação monitorado pelo FED. Ainda nos EUA, o FED divulga a ata da última reunião de política monetária (quarta-feira). Por fim, haverá também a divulgação das prévias de maio dos índices PMI da Europa.