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Agenda Econômica Semanal – 22 a 28 de fevereiro de 2016

A semana começa agitada com a 23ª fase da Operação Lava Jato (que recebeu o nome de “Acarajé” em alusão ao termo utilizado por alguns investigados para nominar dinheiro em espécie), cumprindo mandados em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. O marqueteiro do PT, João Santana, das campanhas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff, teve mandato de prisão decretada. Contudo, o publicitário ainda não foi preso porque está no exterior. A suspeita é que esteja na República Dominicana, onde trabalha na tentativa de reeleger o atual presidente, Danilo Medina. O inquérito investiga supostos pagamentos de R$ 7 milhões ao marqueteiro pela Odebrecht em paraísos fiscais.

A agenda doméstica desta semana tem entre os destaques a prévia da inflação oficial (IPCA-15) amanhã e o saldo fiscal do governo central em janeiro na quarta-feira, além da taxa de desemprego no mês passado (quinta-feira) e resultados do setor público consolidado em janeiro e do IGP-M de fevereiro (sexta-feira).

No exterior, a leitura preliminar do PIB dos EUA no quarto trimestre é o destaque da agenda econômica, na sexta-feira. Para o mesmo dia, são esperados rendimento pessoal e gastos pessoais no país em janeiro. A semana começa com índice de atividade nacional do Fed de Chicago em janeiro, seguido da preliminar do PMI industrial calculado pela Markit em fevereiro.

O mercado também inicia os negócios desta semana de olho no tamanho do contingenciamento do orçamento do governo este ano, de R$ 23,4 bilhões, o menor corte desde 2010. O anúncio do corte foi feito na sexta-feira e teve impacto limitado sobre os negócios. Junto com a economia pretendida para 2016, o governo anunciou também a adoção de limites para o gasto público e de bandas de flutuação para o resultado primário. O governo admitiu ainda uma retração de quase 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016, de -1,9% na previsão anterior, e uma inflação de 7,10% este ano, bem acima do teto da meta de inflação (6,5%).

O relatório Focus, por sua vez, trouxe nesta segunda-feira a oitava rodada seguida de alta das expectativas para o IPCA deste ano. A mediana das previsões para a inflação de 2016 apresentou ligeira correção ao subir de 7,61% para 7,62%, ficando ainda acima do teto da meta deste ano de 6,50%. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, reforçou na semana passada que continua trabalhando para evitar que o índice extrapole esse patamar. Já para o PIB deste ano as projeções apontam retração de 3,40%, resultado também acima da estimativa era de baixa de 3,33%.

A política fiscal brasileira continua sendo a pedra no sapato do governo e se mantém no radar dos investidores. Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, defendeu que o limite para o gasto público seja inferior aos atuais 19,1% do PIB e reconheceu que a melhora da trajetória fiscal será mais lenta do que o governo previa no início de 2015.

Do plano de contingenciamento do governo, o mercado viu com bons olhos a criação de gatilhos para limitar o aumento das despesas, enquanto a banda para a meta fiscal foi mal vista. O contingenciamento poderá enfraquecer ainda mais a relação do Planalto com o Congresso, na medida em que o corte de emendas parlamentares cria um ambiente hostil e coloca em risco a aprovação da CPMF. Por falar em Congresso, quem volta esta semana a assumir sua cadeira como senador é Delcídio Amaral (PT-MS), que deixou a prisão na noite desta sexta-feira.

agenda 22 a 28 fevereiro

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