IPCA-15, Conselhão e PEC do Teto estão no radar da agenda nesta semana
Nesta semana de feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos, os mercados norte-americanos estarão fechados na quinta-feira e vão encerrar os negócios mais cedo na sexta-feira. No Brasil, a agenda semanal prevê o IPCA-15, resultados fiscais, contas externas e desemprego. Entre os eventos, o presidente Michel Temer reativa o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), a 45ª reunião do Conselhão, a partir das 9h30. Além do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn e do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, estarão presentes membros da sociedade civil, entre artistas, empresários, sindicalistas e políticos.
Destacamos também para na agenda doméstica desta semana o IPCA-15 de novembro (quarta-feira); a Pnad Contínua do 3º trimestre e nota do setor externo (ambos na terça-feira); e o resultado primário do Governo Central de outubro (sexta-feira). O resultado do IPCA-15 de novembro deve mostrar alta de 0,30%. Acreditamos que a deflação dos preços de alimentos continuará favorecendo o indicador, a despeito da aceleração em relação ao IPCA fechado do mês anterior. Teremos ainda nesta semana a divulgação de indicadores fiscais de outubro, com destaque para o resultado primário do Governo Central (sexta-feira) que deverá mostrar superávit de R$ 38 bilhões, em virtude do programa de repatriação de recursos do exterior. A agenda doméstica também contemplará as Sondagens da FGV de novembro, a serem conhecidas na quinta e na sexta-feira. Além disso, o Banco Central divulgará as notas do setor externo (terça-feira) e a de política monetária e operações de crédito (quinta-feira), ambas referentes ao mês passado. Projetamos déficit em conta corrente de US$ 3,2 bilhões, quase duas vezes financiado pelo Investimento Direto no País do período, que deverá somar US$ 6,3 bilhões. Também são esperadas as divulgações dos dados de emprego do Caged e arrecadação de impostos pela Receita Federal, sem data definida. Na política, o Senado realiza hoje sessão extraordinária para discussão das PECs 36/2016 (reforma política) e 55/2016 (limite de gastos públicos).
Nos mercados, após o dólar ter acumulado queda de 1,68% nas últimas três sessões, o Banco Central decidiu suspender hoje a oferta de 10 mil contratos novos (US$ 500 milhões) de swap tradicional, e fará apenas leilão de rolagem de 20 mil contratos de swap (US$ 1 bilhão) que vencem em 1º de dezembro. Os investidores se manterão atentos ainda a novos sinais de crise no governo Temer. Com o pedido de demissão do ministro da Cultura, Marcelo Calero (sexta-feira da semana passada), o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, telefonou para o presidente Michel Temer no sábado e negou ter pressionado Calero a liberar a construção de um edifício no centro histórico de Salvador onde teria um apartamento. Temer disse que quer se reunir com Geddel para ouvir sua versão sobre o fato. A comissão de ética discute o caso Geddel na manhã de hoje. Já a oposição na Câmara pedirá convocação de Geddel e Calero para explicar pressão sobre o Iphan baiano.
Amanhã, o presidente Michel Temer se reunirá com todos os governadores. Na equipe econômico, uma das dúvidas nas conversas recentes é como poderia ajudar a operação de repasse dos R$ 100 bilhões em poder do BNDES, que serão devolvidos ao Tesouro. Os governadores estão se organizando para apresentar ao governo um pacote de socorro à previdência dos Estados. O plano inclui dar apoio a uma ampla reforma previdenciária, que trate não apenas do INSS, mas inclua as previdências do setor público estadual. Mas eles pedem, em contrapartida, que a União aceite comprar ativos dos Estados para que, nos próximos dois a três anos, possam receber cerca de R$ 150 bilhões para tirar as suas previdências do vermelho. O anúncio hoje, em coletiva de imprensa, de uma reestruturação do Banco do Brasil (BB), que deve reduzir o número de agências e oferecerá um plano de aposentadoria incentivada para até 18 mil funcionários, deve repercutir e pode trazer pressão à Bovespa.
Lá fora as atenções continuam em torno das notícias sobre formação de equipe e possíveis medidas do novo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. A agenda internacional se sobressai a divulgação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (quarta-feira). Mas a agenda dos EUA da semana é afetada pelo feriado de Ação de Graças, que mantém os mercados fechados na quinta-feira e, na sexta-feira, os mercados fecham mais cedo. Na área do euro, destaque para o PMI composto e para o PIB da Alemanha do terceiro trimestre (quinta-feira). Também será conhecido o PIB do Reino Unido (sexta-feira). Nesta segunda-feira a expectativa está no discurso do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi.