Agenda de indicadores econômicos vem fraca esta semana, mas debates da reforma política e criação da TLP devem esquentar mercado
Com a agenda doméstica econômica fraca, o mercado deverá ficar bastante alerta às discussões acalantadas sobre a reforma política e da criação da TLP no Congresso. Além disso, o ministro do STF Alexandre de Moraes disse que decidirá até o início desta semana sobre os mandados de segurança que querem obrigar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, a dar um parecer sobre os pedidos de impeachment contra Temer que estão no Congresso Nacional.
Entre os indicadores econômicos, atenção especial para o IPCA-15 (quarta-feira), entendido pelo mercado como a “prévia” da inflação no Brasil. Nossa expectativa é de que o índice venha com alta de 0,38%, revertendo a deflação registrada no mês anterior, de -0,18%. Por outro lado, o IPCA em doze meses deve continuar em queda, saindo de 2,8% para 2,7%. O indicador será influenciado pela alta dos combustíveis, devido ao aumento da alíquota de PIS/COFINS, e pela elevação na tarifa de Energia elétrica, por causa da adoção de bandeira tarifária vermelha em nível 1 por parte da ANEEL. Parte do avanço, entretanto, deve ser atenuado pela queda nos preços dos alimentos. Além disso, teremos o IPC-S da 3ª quadrissemana de agosto (também na quarta-feira) que deve registrar moderada desaceleração. Os impactos da alta dos combustíveis devem ser compensados pela queda nos preços dos alimentos e pela perda de intensidade no avanço dos preços de energia elétrica. O IPC-Fipe (sexta-feira) será influenciado pelos mesmos fatores.
Na semana serão divulgados também dados da sondagem da indústria, do comércio e do setor de serviços, além da nota de política monetária e crédito, os quais deverão reforçar nossa expectativa de retomada lenta e gradual da economia brasileira neste terceiro trimestre. Sobre o crédito, é esperado recuo menor na comparação anual de julho. No mês anterior, o volume de crédito registrou avanço na margem. A inadimplência deve seguir controlada, favorecida pela queda nas taxas de juros e pelas renegociações. Além disso, teremos a divulgação das notas do Banco Central, do setor externo e do crédito de julho, na quarta e na quinta-feira, respectivamente. O déficit em conta corrente deverá chegar a US$ 3,8 bilhões e a entrada de investimento direto no País deverá somar US$ 4,8 bilhões no período.
A agenda internacional estará concentrada nos indicadores antecedentes de atividade das principais economias referentes a agosto, que podem confirmar a tendência de moderação neste terceiro trimestre. Nos EUA, destacamos as prévias dos índices PMI na quarta-feira. Na Área do Euro, também teremos a divulgação das prévias dos PMI na quarta-feira, além dos índices ZEW e IFO na Alemanha, na terça e sexta-feira, nessa ordem. Teremos ainda esta semana, como destaque na agenda internacional, a reunião dos principais formuladores da política monetária mundial no simpósio de Jackson Hole. Há uma grande expectativa sobre uma fala do presidente do BCE (Banco Central Europeu), que poderá comentar os estímulos da autoridade na região. Além disso, discursos de integrantes do Federal Reserve sobre os juros nos EUA também podem afetar o mercado. O encontro acontece entre 24 e 26 de agosto.