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Agenda Econômica Semanal – 20 a 26 de março de 2017

Carne Fraca, Orçamento e chance de aumento de impostos concentram atenções na semana

A agenda doméstica volta para o radar do mercado, com as atenções voltadas para a expectativa de anúncio de corte no Orçamento deste ano e de aumento de impostos, em meio à crise gerada pela Operação Carne Fraca da Polícia Federal e os riscos envolvendo o andamento da reforma da Previdência. Segundo informações divulgadas pela mídia, por exigência do Tribunal de Contas da União (TCU) o governo deverá anunciar na quarta-feira um pacote de corte nos gastos, o qual deverá totalizar R$ 65 bilhões. Em contrapartida, é esperado pelo mercado um aumento de impostos.

 Também na quarta-feira, o Ministério da Fazenda publicará o relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas primárias. No geral, o conteúdo do relatório deve (i) indicar que os números frustraram o desempenho de receita e despesas estimado na Lei Orçamentária Anual e (ii) sugerir que o cumprimento do teto dos gastos e da meta de resultado primário (-R$139 bi) dificilmente acontecerá sem que medidas corretivas sejam adotadas. Assim, acreditamos que haverá o anúncio de contingenciamento de gastos de pelo menos R$ 40 bilhões. Os gastos com pessoal devem subir de R$258 bilhões em 2016 para R$ 283 bilhões em 2017, o que representará uma alta de 9,7%, ultrapassando a taxa de correção do teto para o gasto público em 2017 (7,2%). Isso se deve ao aumento das despesas referentes aos pagamentos de servidores públicos da União, em função dos reajustes salariais concedidos ainda no governo anterior. Ainda no que diz à política fiscal, esperamos para esta semana, ainda sem data definida, a divulgação da arrecadação federal. Para o indicador estimamos recuo de R$137,4 bilhões para R$93 bilhões em fevereiro, refletindo a sazonalidade do período e a atividade econômica fraca. No entanto, isso representará avanço real moderado de 0,3%a.a.

 Além do Orçamento, destacamos na agenda local desta semana o IPCA-15 de março (também na quarta-feira) que deve continuar mostrando arrefecimento dos preços, na esteira dos últimos dados de inflação. Projetamos alta de 0,14% e, para tanto, a queda dos preços de combustíveis compensará a elevação dos preços de energia elétrica. Caso a nossa estimativa se confirme, a variação do IPCA acumulada em doze meses ficará ligeiramente abaixo da meta de 4,5%. Na sexta-feira, tem a divulgação da nota do setor externo de fevereiro. No campo corporativo, as atenções estarão voltadas para o balanço da Petrobras referente ao quarto trimestre de 2016, que será apresentado amanhã.

 Já no exterior a agenda econômica vem fraca. Após a reunião do Federal Reserve, que na última quarta-feira sinalizou gradualismo no ciclo de aperto monetário neste ano, o destaque fica por conta das leituras preliminares dos PMIs da zona do euro e dos EUA em março, que serão conhecidos apenas na sexta-feira. Esses resultados, por sua vez, devem reforçar a aceleração da economia global em curso neste primeiro trimestre do ano. Nesta segunda-feira, na França, os candidatos à presidência se enfrentam no primeiro debate.

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