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Agenda Econômica Semanal – 20 a 26 de junho de 2022 : Ata do Copom e IPCA-15 são destaques da semana

Diante da probabilidade de uma nova alta da taxa Selic em agosto, do quadro inflacionário persistente e disseminado e do mais recente aumento de preços dos combustíveis pela Petrobrás, os investidores terão suas atenções nesta semana voltadas para a Ata da última reunião do Copom, que será divulgada na terça-feira. A expectativa é que o BCB traga mais detalhes sobre os próximos passos da condução da política monetária, diante de um comunicado pós-reunião que trouxe algumas surpresas. No documento, a autoridade monetária deve dar mais detalhes sobre a decisão de elevar a Selic de 12,75% para 13,25% e dar mais sinais se continuará o ciclo de aperto monetário ou não. A princípio, devido (i) ao tom mais hawkish do FOMC (cuja decisão de política monetária foi divulgada no mesmo dia da reunião do Copom,15/6), (ii) aos núcleos da inflação no IPCA pressionados e (iii) ao reajuste anunciado pela Petrobras (+14,3% no Diesel e + 5,2% na gasolina), avaliamos que há grande probabilidade de a autoridade monetária brasileira sinalizar para extensão do ciclo de aperto monetário.

O Comitê indicou que deve fazer novo ajuste na taxa Selic de 0,25 pp ou 0,50 pp na reunião de agosto, frustrando àqueles que esperavam o fim do ciclo nesta reunião. Por outro lado, divulgou de forma adiantada a projeção de inflação para 2024, que deveria acontecer apenas no RTI, levando a interpretação de alguns analistas que está disposto em alongar o processo de convergência da inflação para as metas, abandonando parcialmente 2023, dado que a projeção do BCB está acima da meta (em 4,0% ante meta de 3,25%) e mirando já em 2024, o que poderia implicar no fim do ciclo de aperto monetário na próxima reunião. Assim, tais comunicados devem ajudar o mercado a entender como o Copom pretende trabalhar neste final de ciclo de alta dos juros.

Também na quinta, o Conselho Monetário Nacional (CMN) define a meta de inflação para 2025. Em suas últimas decisões, o Conselho tem adotado uma política de redução gradual da meta, com cortes de 0,25 pp ao ano. Desta vez, no entanto, o mais provável é que a meta de 2025 seja mantida em 3,0%, já em linha com os países emergentes. Por outro lado, como chegou a ser cogitado em algumas oportunidades, é improvável que o CMN eleve as metas de 2022 e 2023, diante da contínua pressão inflacionária, para impedir uma elevação maior da Selic.

A semana também ainda outro importante indicador para a pautar a condução da política monetária, o IPCA-15 de junho, que será divulgado pelo IBGE na sexta-feira. O índice deve acelerar de 0,59% para 0,71% em junho, em decorrência da dissipação dos impactos da redução das contas de luz. Na sexta-feira, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) deve definir a bandeira tarifária de energia elétrica. Acreditamos que o órgão regulador deve optar por manter a bandeira verde.

Na quarta-feira, o Ministério do Trabalho e Emprego deve divulgar o saldo do Caged de maio. Nossa estimativa é que ocorra saldo de 197 mil vagas, impulsionado, provavelmente, mais uma vez, pelo setor de serviços e pelo comércio. O relaxamento das medidas restritivas e os estímulos à renda devem continuar ajudando tais setores.

A semana tem ainda a arrecadação federal de maio (terça-feira) que deve totalizar R$166,3 bi. Se nossa estimativa for confirmada, haverá crescimento de 4,7% (YoY), em termos reais. Entre os vetores, os destaques deverão ser o imposto de renda (4,7%, YoY) e a receita administrada por outros órgãos (27,7%, YoY), impulsionada por royalties do petróleo.

No exterior, atenção para discursos de membros do Fed e primeiras sondagens de junho. Jerome Powell fala no Senado americano na quarta e diversos presidentes regionais discursam ao longo da semana. Na quinta feira, são divulgadas as primeiras leituras do índice PMI industrial de junho da Área do Euro, do Reino Unido e dos EUA.

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