Divulgação do IPCA-15 de junho será o destaque da agenda doméstica desta semana
A divulgação do IPCA-15 de junho, amanhã, será o destaque da fraca agenda doméstica desta semana. Esperamos desaceleração do índice para 0,52%, refletindo o barateamento dos combustíveis (Etanol e Gasolina), devido ao aumento na produção de cana por conta do período de moagem; além da desaceleração dos alimentos in natura e da dissipação dos reajustes dos medicamentos, água, esgoto e cigarros. Além disso, os IPCs da 3ª quadrissemana de junho serão divulgados nesta semana. O índice medido pela FGV deve mostrar desaceleração, influenciado pelo arrefecimento da inflação nos grupos de Despesas de Saúde. Por outro lado, o indicador de preços ao consumidor calculado pela FIPE deve apresentar aceleração, impulsionado pelo grupo Habitação.
Na quarta-feira, conheceremos os dados preliminares da Sondagem da Indústria da FGV de junho, que, assim como os da CNI, deverão apontar melhora na confiança do empresariado industrial na margem. Na sexta-feira, o Banco Central divulga a nota do setor externo de maio, que deverá mostrar superávit de US$ 1,2 bilhão em conta corrente no período, impulsionado pelo forte desempenho da balança comercial. Por fim, serão conhecidos os dados de mercado de trabalho formal do Caged, sem data definida de divulgação.
Além disso, o mercado espera para o final desta semana (sem data de divulgação confirmada), o Relatório Trimestral de Inflação do 2T2016. O documento deve ser elaborado pela equipe antiga e, portanto, não deve ser ter contribuição direta do novo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn. Dessa forma, acreditamos que o relatório virá em linha com a última Ata do Copom, onde foi apontado que no cenário de referência a inflação medida pelo IPCA chega ao centro da meta em 2017. Caso isso se confirme, será a primeira vez desde março de 2010 que o RTI mostrará a inflação para o ano seguinte dentro da meta. Representa ainda uma queda em relação à projeção divulgada no RTI do 1T16, onde o IPCA de 2017, no cenário de referência, estava em 4,9%. No entanto, o cenário de mercado ainda deve mostrar inflação acima da meta para 2017. Embora a perspectiva seja de uma taxa de câmbio menor, o BC incorporará no modelo cortes de juros entre o 4T16 e o 2T17. A favor, conta o fato de que a expectativa para os preços administrados em 2017 deve ser mantida em 5,0%, nível do RTI do 1T16.
Na agenda internacional, as atenções estarão voltadas à divulgação das leituras prévias dos índices PMI de junho dos EUA e da Área do Euro, na quinta-feira. Também será conhecida a prévia do índice de confiança do Consumidor da Área do Euro referente a junho, na quarta-feira, além dos indicadores antecedentes dos EUA de maio, no dia seguinte.
Haverá ainda com o discurso da presidente do Fed, Janet Yellen, que deve reforçar a mensagem cautelosa em relação à discussão sobre uma nova alta de juros, conforme discurso apresentado recentemente na coletiva após o último FOMC. Na ocasião, o Fed reconheceu que a criação de empregos perdeu força e que o investimento privado continua fraco. Além disso, as preocupações no cenário internacional cresceram em decorrência do risco de que Reino Unido deixe a União Europeia. A mediana das projeções do Fed para os juros indica que cresceu a chance de apenas uma alta em 2016, o que reforça a visão de que o Fed deve esperar por mais resultados concretos antes de prosseguir.