Agenda doméstica tem índices de inflação oscilando e o IBC-Br sinalizando que a atividade ainda está contraída
O IGP-M registrou, no segundo decêndio de setembro, variação de 0,27%, segundo dados da FGV divulgados nesta segunda-feira. No mês anterior, para o mesmo período de coleta, a variação foi de 0,09%. O IGP-M foi pressionado pela alta no Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), de 0,30%, depois de queda de 0,01% na segunda prévia de agosto. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) apresentou incremento de 0,14%, vindo de 0,35% no mesmo período do mês anterior. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) por sua vez subiu 0,34%, seguindo incremento de 0,19% na parcial do mês anterior. O índice relativo a materiais, equipamentos e serviços subiu 0,06% e aquele que representa o custo da mão de obra acelerou para 0,58%.
Em linha, o IPC-Fipe da 2ª quadrissemana de setembro (terça-feira) deve acelerar ligeiramente de 0,05% para 0,07%, em decorrência do elevado patamar da inflação do grupo Saúde, além do maior ritmo de alta do Vestuário.
O IPCA-15 (quinta-feira), por sua vez, deve desacelerar de 0,45% para 0,31% em setembro, em razão do menor ritmo de alta do feijão e da dissipação da alta das mensalidades escolares. O grupo alimentação no domicílio deve ser o principal vetor de baixa. Por fim, o IPC-S da FGV da 3ª quadrissemana de setembro (sexta-feira) também deve desacelerar de 0,27% para 0,25%, influenciado pelo barateamento dos Transportes.
A atividade econômica recuou 0,09% em julho com relação ao mês imediatamente anterior, na série dessazonalizada, de acordo com informações divulgadas hoje, pelo Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br). O índice ficou em 134,36 pontos em julho, ante 134,48 pontos registrados no mês precedente. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, ainda na série dessazonalizada, o indicador obteve perdas de 3,45%. Sem o ajuste, a variação chega a -5,20%. Nos últimos 12 meses, por sua vez, a economia apresentou perdas 5,61%, no período dessazonalizado e 5,65% sem o ajuste. O IBC-Br é uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica e é um dos subsídios para a decisão do Banco Central sobre a taxa básica de juros, a Selic. O índice incorpora e sintetiza informações sobre o nível da atividade dos setores da economia, como indústria, agropecuária e serviços.
A agenda interna terá ainda, na quinta-feira, a prévia da sondagem da indústria de setembro, a qual deve manter a tendência da retomada da confiança. No decorrer da semana, a criação de empregos formais (CAGED) de agosto será divulgada pelo Ministério do Trabalho e Emprego e deve mostrar uma diminuição líquida de 28 mil vagas formais em. E ao longo desta semana, conheceremos o resultado da arrecadação de impostos e contribuições de agosto, para o qual esperamos queda em termos reais: projetamos arrecadação de R$94,4 bilhões, o que representa queda real de 7,6% (a/a).
No exterior, as atenções dos mercados estarão voltadas às reuniões de diversas autoridades monetárias. O banco central dos EUA, cuja decisão será conhecida na quarta-feira, deve optar pela postergação do aumento das taxas de juros para dezembro. Assim, nossa expectativa é de que o FOMC mantenha inalterada a taxa de juros, posição sustentada por discursos recentes dos membros da instituição os quais sugerem que ainda não existe consenso para a retomada imediata do aperto monetário. Além disso, no curto prazo, os dados fracos do varejo e da indústria devem favorecer o argumento dos membros “dovish”. Nesse sentido, esperamos um “close call” para esta reunião e a adoção de um tom mais duro para as perspectivas futuras. A atualização trimestral das projeções econômicas do FOMC deve indicar queda na perspectiva de juros para 2016 e 2017, algo que pode soar inconsistente com um discurso mais duro. No mesmo dia, teremos a reunião de política monetária do Banco do Japão (BoJ), para a qual o mercado espera anúncio de ampliação dos estímulos monetários. Avaliamos que o BoJ manterá a taxa de depósito inalterada em -0,1%. Contudo, sobre o programa de compras, avaliamos que o cenário é incerto. Com economia sem força e os preços em tendência de baixa, o BoJ deveria ser compelido a agir, no entanto, a instituição mencionou que está reavaliando o programa.
De volta aos Estados Unidos, serão divulgados dados do mercado imobiliário referentes a agosto (terça-feira). Por fim, na sexta-feira, teremos a divulgação dos resultados preliminares dos índices PMI de setembro para a Área do Euro e EUA.