No Brasil, agenda vazia tem como destaque o IGP 10 de julho, divulgado nesta segunda pela manhã. O indicador subiu 0,60% em julho, após ter aumentado 0,74% em junho, ficando acima do teto das estimativas dos analistas do mercado financeiro, que esperavam uma alta desde 0,27% a 0,59%, com mediana de 0,46%. A leitura de julho reflete a descompressão de dois seus três subíndices (varejo e construção civil). Os preços no atacado medidos pelo IPA-10 avançaram 0,57%, ante uma alta de 0,47% em junho. Os preços ao consumidor verificados pelo IPC-10 apresentaram aumento de 0,42% em julho, após o avanço de 0,72% em maio. Já o INCC-10, que mede os preços da construção civil, teve alta de 1,26% em julho, depois de saltar 3,29% em junho. Conclui-se que o resultado de julho do IGP-10 captou deflação em algumas commodities relevantes, como grãos (soja e milho) e minério de ferro, diante dos temores com uma recessão mundial, que tem reduzido o preço de tais produtos no mercado internacional, sugerindo alguma desinflação da economia mundial à frente. Com o resultado de julho, o IGP-10 acumulou um aumento de 9,18% no ano. A taxa em 12 meses ficou em 10,87%.
Também nesta segunda-feira, a FGV divulga o Monitor do PIB de maio, que deve apontar para uma expansão da atividade no mês, em linha com os principais indicadores setoriais divulgados pelo IBGE no período. Embora o índice IBC-Br tenha voltado a ser publicado, com o fim da greve no BCB, este tem apresentado algum ruído na série com ajuste sazonal, parecendo um pouco descolado da realidade dos demais índices. Assim, o Monitor da FGV tem se mostrado um importante indicador para medir o pulso da atividade.
Na sexta-feira, o ministério do trabalho e emprego deve publicar o saldo de empregos formais de junho. Nossa estimativa é que ocorra saldo de 216 mil vagas, puxada pela criação de vagas no setor de serviços (saúde) e comércio. Não é recomendável compara os números atuais com a série histórica do Caged devido à mudanças metodológicas, mas cabe reparar que o mercado de trabalho está robusto e apresentando números tão fortes quanto os observados em bons momentos da economia brasileira (2011, 2010, 2008 — antes da crise do subprime — e 2004).
Ainda esta semana, sem data definida, a Receita Federal pode divulgar o resultado da arrecadação federal de impostos de junho, que deve seguir com bom desempenho, cuja expectativa é que deva sair de R$165,3 bi para R$157,4 bi. Apesar das recentes reduções/desonerações de impostos (IPI, importação, combustíveis), a arrecadação tem se mostrado resiliente, em meio a um cenário de maior dinamismo da atividade e do mercado de trabalho e preços ainda elevados de commodities.
Na agenda internacional, o foco será o encontro do Banco Central Europeu, na quinta-feira. A inflação pressionada no bloco deverá levar a autoridade monetária a iniciar o ciclo de aumento de juros, com uma alta de 0,25 pontos percentuais. O BCE deverá aumentar as taxas pela primeira vez em mais de uma década. Enquanto isso, está programada a retomada da operação do gasoduto Nord Stream 1, que abastece a Europa e que foi fechado para manutenção na semana anterior. A União Europeia deverá apresentar planos de contingência caso isso não aconteça.