Agenda Econômica Semanal – 18 a 24 de abril de 2016
Brasil: os destaques desta semana ficam por conta da taxa de desemprego e a expectativa de divulgação do IBC-Br
As atenções do mercado nesta semana estão voltadas para a divulgação da taxa de desemprego de fevereiro (quinta-feira), medido pela PNAD, e pela expectativa de que o índice de atividade do Banco Central (IBC-Br) também de fevereiro (ainda sem data definida), seja divulgado nesta semana. A REAG projeta que a taxa de desemprego (PNAD) subirá de 9,5% para 10,3% em fevereiro, refletindo a piora apontada pelo Indicador Coincidente de Desemprego (ICD-FGV) e a deterioração da atividade econômica. Os números de geração de empregos formais (CAGED) também serão publicados no decorrer da próxima semana (sem data definida). Para o IBC-Br de fevereiro a REAG estima queda de 1% (MoM) em função dos resultados da produção industrial (-2,5%, MoM) e do setor de serviços (-4,0, YoY).
Já em relação aos índices de preços, nesta semana serão conhecidos o IPCA-15 de abril (quarta-feira), para o qual a REAG prevê aceleração de 0,43% para 0,45%, influenciado basicamente pela alta nos preços de frutas, laticínios e remédios, os quais devem apresentar os primeiros impactos do reajuste anual concedido pelo governo (12,50%). Por outro lado, o arrefecimento no câmbio e a adoção da bandeira verde na cobrança da tarifa de energia elétrica devem segurar os índices de preços.
Nesta manhã foi divulgada a 2ª prévia do IGP-M de abril, que subiu 0,30% após avançar 0,43% no mesmo período de apuração do mês anterior, com alívio geral em todos os grupos de apuração. A maior contribuição para esse resultado, segundo a FGV, foi dada pelo grupo Despesas Diversas, cuja alta desacelerou a 0,10%, contra 2,03% no período, com destaque para a queda de 0,07% nos preços de cigarros. Também foi divulgado na manhã desta segunda-feira a inflação medida pelo IPC-S desacelerou para 0,45% na segunda quadrissemana de abril, 0,03 ponto porcentual abaixo do registrado na primeira leitura do mês, quando o indicador apresentou alta de 0,48%. O grupo Alimentação, que recuou de 1,22% na primeira quadrissemana de abril para 1,07% na segunda leitura do mês, foi o que mais contribuiu para a desaceleração do IPC-S. Outro IPC da 2ª quadrissemana, o da Fipe (terça-feira) também deverá mostrar menor ritmo de alta em função do alívio na inflação dos grupos de Despesas Pessoais, de Alimentação e de Educação.
Na manhã desta segunda-feira também foi divulgado o relatório Focus do Banco Central, no qual a perspectiva para a Selic em 2016 foi reduzida de 13,75% para 13,38% e foi mantida em 12,25% ao fim de 2017. A mudança na estimativa para a taxa de juros é decorrente do aprofundamento da recessão enquanto a inflação já dá sinais de alívio. A projeção para o PIB de 2016 foi revisada para baixo pela 12ª semana consecutiva e passou de queda de 3,77% para retração de 3,80%. Para o próximo ano, a expectativa para o PIB foi reduzida de crescimento de 0,30% para 0,20%. Como resultado da ampliação do tombo da economia, as perspectivas para a inflação seguem em desaceleração. A projeção para o IPCA em 2016 foi revisada para baixo, pela sexta semana seguida, passando de 7,14% para 7,08%. Para 2017, a perspectiva para a inflação oficial caiu de 5,95% para 5,93%.
EUA: ao longo da semana, serão conhecidos dados do mercado imobiliário, do setor industrial e indicadores antecedentes de atividade. A expectativa da REAG é de que os números do setor imobiliário apresentem ligeira melhora em função do contínuo fortalecimento do mercado de trabalho, da manutenção da taxa de juros e do nível elevado da confiança das famílias. Em relação ao setor industrial (CFNAI), a REAG aposta em queda na comparação com o mês anterior, baseado na redução da produção de veículos.
Área do Euro: o principal destaque será a reunião do BCE (quinta-feira). A REAG não projeta mudanças nos parâmetros da política monetária, mas deverá reiterar sua disposição para agir caso a inflação não responda da maneira esperada às ações adotadas. Em relação ao PMI de Manufatura, a expectativa é a de que o indicador continue relativamente estável, indicando, de maneira geral, que a economia ainda levará algum tempo antes de começar a responder positivamente aos novos estímulos adotados pelo BCE.