A agenda econômica vem relativamente esvaziada esta semana. Destaque para o resultado do índice IBC-Br divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central, que mostrou queda de 1,1% em agosto, revertendo uma sequência de duas altas seguidas. A queda do IBC-Br pode ser explicada pelo recuo da indústria (-0,6%) e do varejo (-0,6%) no mês, que mais do que compensaram o avanço dos serviços (+0,7%). O resultado ficou abaixo do esperado pelo mercado (-0,7%), mas, como compensação, houve uma revisão positiva no dado de julho, que apontou crescimento da atividade de 1,7% no mês (ante estimativa anterior de alta de 1,2%). Assim, apesar do resultado negativo no mês, o índice segue apontando para um crescimento da atividade no 3T22, com carry over (supõe estabilidade em setembro) indicando alta de 1,3% do índice no trimestre. Apesar de algumas diferenças metodológicas em relação ao cálculo do PIB, o IBC-Br sinaliza que a economia deve ter continuado em expansão no período, ainda que com alguma desaceleração.
Também no âmbito da atividade, a FGV divulga o resultado do Monitor do PIB também de agosto, na quarta-feira. Assim como o IBC-Br, o indicador também deve mostrar alguma perda de ímpeto da atividade no mês (após alta de 0,6% em julho), mas seguir apontando para um crescimento no 3º trimestre.
No campo inflacionário, a FGV divulga o índice IGP-10 de outubro na terça-feira, que deve registrar deflação de 0,97% no mês, a terceira seguida. O indicador deve seguir mostrando queda dos preços no atacado, em especial dos combustíveis, de alguns alimentos (leite) e das commodities (minério de ferro), sugerindo continuidade do processo de desinflação no varejo nos próximos meses. Em 12 meses, o IGP-10 deve desacelerar de 8,24% para 7,53%.
No setor bancário, o Conselho Monetário Nacional (CMN) se reúne na quinta-feira e pode trazer alterações regulatórias para o setor.
Na agenda internacional, esta semana o mercado se volta para a China, após a surpresa negativa com o CPI dos EUA na semana passada. A expectativa é pela divulgação do PIB chinês do 3º trimestre (segunda à noite), caso não haja atraso em função do Congresso do Partido Comunista. O consenso de mercado projeta expansão de 3,3% no 3T22 (ante o 3T21), se recuperando após o fraco desempenho do 2T22 (+0,4%), período afetado pelos severos lockdowns implementados em importantes cidades do país. Contudo, a falta de vigor da atividade chinesa segue preocupando, devido aos problemas estruturais no mercado imobiliário e a política de “Covidzero”, em razão dos constantes surtos da doença no país.
Neste sentido, o FMI revisou para baixo o crescimento da China, e agora espera uma alta de apenas 3,2% (ante 4,4% em abr/22), 2ª menor taxa desde o início da década de 80, superando apenas 2020 (+2,2%), quando surgiu a pandemia da Covid-19. Ainda hoje, também devem ser conhecidos os dados de setembro da produção industrial e das vendas no varejo, que devem manter o quadro de baixo dinamismo da economia chinesa. Para a indústria é aguardada expansão de 4,8% em relação a set/21, enquanto as vendas no varejo devem crescer 3,1% no mesmo comparativo. Vale ressaltar que o Partido Comunista Chinês iniciou ontem seu 20º Congresso, que deve manter Xi Jinping pelo 3º mandato na liderança do país. Será importante avaliar as diretrizes que o partido trará para os próximos 5 anos.
Nos EUA, a semana também traz diversos dados de atividade. Destaque para a produção industrial de setembro, na terça-feira, onde o consenso indica ligeira alta, de apenas 0,1%, após retração de 0,2% em agosto. Na quarta-feira, será divulgado o Livro Bege, que deve atualizar as visões dos distritos sobre a atividade, inflação e as condições do mercado de trabalho (disponibilidade de mão-de-obra). As informações do setor imobiliário em setembro fecham a agenda norte-americana, sendo divulgadas entre quarta e quinta-feira.
Na Zona do Euro, a agenda traz a leitura final da inflação ao consumidor (CPI) de setembro na quarta-feira. A divulgação deve confirmar a prévia e mostrar que o CPI atingiu o patamar recorde de 10,0% no acumulado em 12 meses (ante 9,1% em ago/22), em razão da forte alta do custo de energia. Por fim, na sexta-feira, será conhecida a prévia de outubro da confiança do consumidor.