Agenda Econômica Semanal – 17 a 23 de outubro de 2016
Após quatro, Banco Central deve anunciar corte nos juros esta semana
A reunião de política monetária do Banco Central (quarta-feira) será o destaque da agenda da semana. Após quatro anos do último corte na taxa Selic, o Copom do Banco Central volta a se reunir nesta semana e deve dar início a um novo ciclo de diminuição do juro básico da economia, hoje em 14,25% ao ano. A grande dúvida é se a decisão será mais precavida, com redução de 0,25 ponto percentual, ou mais combativa, de 0,50. A esperança de que o Brasil voltará a ter uma política monetária mais frouxa é baseada nos últimos números que mostram inflação menos pressionada, e foi reforçada com a decisão da Petrobras de reduzir o preço dos derivados de petróleo nas refinarias. Com a ajuda dos preços dos alimentos menos apimentados, o IPCA desacelerou para 0,08% em setembro, abaixo do esperado pelo mercado e a menor taxa para o mês desde 1998. A divulgação do IPCA-15 de outubro (sexta-feira), deverá reforçar a trajetória de descompressão da inflação, para o qual projetamos alta de 0,21%, ainda refletindo o alívio dos preços de alimentação.
Outro fator que deve justificar a decisão da autoridade monetária foi a aprovação em primeiro turno na Câmara da PEC que limita o aumento dos gastos públicos nos próximos 20 anos à inflação. Esse resultado mostra que o Executivo conta com apoio sólido para votações no Congresso e tem compromisso com a reorganização das contas do país. A REAG acredita que as condições favoráveis para o início do ciclo de flexibilização da taxa de juros foram alcançadas, com a melhora das expectativas da economia como um todo para 2017, a desaceleração da inflação no curto prazo e o avanço do ajuste fiscal. Contudo, nossa aposta é de que a Selic será cortada em 0,25 ponto porcentual, em função do perfil da gestão do Banco Central, mais cauteloso, preferindo dar as “boas notícias” aos poucos.
Em contrapartida, os indicadores de atividade referentes ao mês agosto ainda virão desapontando, sinalizando que a economia foi bastante fraca no terceiro trimestre. Na terça-feira, será divulgada a Pesquisa Mensal do Comércio, para a qual esperamos retração de 0,6% do varejo restrito na margem. Na quarta-feira, teremos o resultado da Pesquisa Mensal de Serviços, enquanto na quinta-feira, conheceremos o IBC-Br, que deve vir com recuo de 1,1% decorrente basicamente do mal desempenho da produção industrial.
Na agenda internacional a expectativa do mercado está na divulgação do resultado da balança comercial chinesa de setembro (quarta-feira), a divulgação do resultado do PIB da China do terceiro trimestre e dos demais indicadores de atividade de setembro naquele país (produção industrial, vendas do varejo e investimentos em ativos fixos de setembro). A expectativa é de que o PIB da China apresente crescimento. Além dos dados chineses, teremos também o resultado do índice de preços ao consumidor dos EUA relativo a setembro (terça-feira). Esta semana teremos ainda a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (quinta-feira).