Agenda doméstica tem IPCA-15 e dados do Balanço de Pagamentos como destaques
As atenções do mercado doméstico se voltarão esta semana novamente para os dados de inflação, agendados para esta semana, que deve reforçar a tendência de desinflação em curso. Na quinta-feira, o IPCA-15 deve mostrar deflação, ao passar de 0,16% para –0,08%. O índice não apresentava variação negativa desde agosto de 2010. Os principais vetores do movimento deverão ser a continuidade da redução no preço dos combustíveis e dos alimentos, além da queda no preço das contas de luz devido ao efeito do acionamento da bandeira verde em junho. Diante disso, em 12 meses, o IPCA-15 deve manter a trajetória descendente vista desde setembro do ano passado, caindo de 3,52% para 2,89%.
Ainda na quinta-feira, serão divulgados o Índice de Confiança do Empresário Industrial e a prévia da Sondagem da Indústria da FGV, ambos referentes a julho. Também é esperada a divulgação da leitura de junho sobre a criação de empregos formais (CAGED) pelo Ministério do Trabalho, que, segundo nossas estimativas, deve ter chegado a 10 mil vagas.
Na sexta-feira, teremos os dados do Balanço de Pagamentos relativos a junho, para os quais esperamos superávit em transações correntes de US$ 1,4 bilhão, enquanto o investimento direto no país deve somar US$ 2,0 bilhões. A receita federal divulgará no decorrer da semana o resultado da arrecadação de impostos e contribuições de junho que, de acordo com nossa estimativa, deve somar R$ 101,4 bilhões (ante R$97,7 bilhões de maio). Se confirmado, esse resultado representará alta de 0,3% a.a. em termos reais. Uma pequena parte do recolhimento proveniente da repatriação de ativos irregulares mantidos por brasileiros no exterior ajuda a explicar a leve melhora.
Na agenda externa, após a divulgação dos indicadores da China, os mercados estarão atentos aos próximos passos da política monetária dos países desenvolvidos, diante dos sinais de recuperação da economia global, com baixas pressões inflacionárias. Na Europa, conheceremos os resultados de junho da inflação ao consumidor do Reino Unido, na terça-feira, e da Área do Euro na quarta-feira. No dia seguinte, os Bancos Centrais do Japão e da Europa realizarão suas reuniões de política monetária, quando devem manter as respectivas taxas de juros e programas de compras de ativos inalterados. Por fim, após a frustração com os dados das vendas do varejo em junho dos Estados Unidos, conhecidos na última sexta-feira, serão divulgados ao longo desta semana os primeiros indicadores de atividade referentes a julho.