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Agenda Econômica Semanal – 16 a 22 de novembro de 2020

Agenda Econômica Semanal – 16 a 22 de novembro de 2020

Agenda doméstica vem esvaziada, atividade nos EUA e China são destaques

Com a agenda doméstica esvaziada, dados preliminares de inflação de novembro e arrecadação tributária serão destaque. Paralelamente ao término do 1 º turno das eleições municipais, esta semana deve ser marcada pelo retorno, mesmo que ainda parcial, da atividade legislativa. Porém, o foco na pauta fiscal deve ficar para após o 2 º turno das eleições, ao final deste mês. Também aguardam votação no Congresso uma série de outros projetos de interesse da área econômica, como o projeto de autonomia do Banco Central, a nova lei do gás, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e o próprio Orçamento de 2021, que definirão o rumo da política fiscal. Além deles, há a PEC Emergencial, em tramitação no Senado, que cria gatilhos para a redução dos gastos públicos. Resta saber se a proximidade das eleições para as Mesas da Câmara e do Senado permitirá que a pauta econômica avance ou se as disputas políticas continuarão travando a apreciação de desses assuntos no Congresso.

A agenda de indicadores econômicos da semana vem bastante esvaziada. Sem data definida, a Receita Federal pode divulgar os dados da arrecadação federal de impostos de outubro. Segundo consenso de mercado, é esperada alta real de 3,9% ante o mesmo mês do ano passado. No entanto, a expectativa parece subestimada, já que a leitura de setembro apresentou crescimento de 2,0%, quando não houve arrecadação de impostos diferidos entre os meses de abril a junho. Assim, agora em outubro, quando a RFB arrecadou impostos diferidos de maio, e ainda houve a continuidade do processo de recuperação econômica, deve ser observado um aumento substancial da arrecadação no mês, podendo chegar a uma alta de dois dígitos. Nossa estimativa é que ocorra avanço de R$119,8 bi para R$146,6 bi, impulsionado pelo recebimento de tributos diferidos referentes ao mês de maio, com destaque para as contribuições previdenciárias, Cofins e PIS/PASEP. Se nossa estimativa for confirmada, a arrecadação federal terá expansão de 4,4% (YoY), em termos reais. Na sexta-feira, o Tesouro Nacional publicará a avaliação de receitas e despesas primárias referente ao 5º bimestre de 2020.

Na manhã desta segunda-feira, a FGV apresentou o IGP-10 que registrou aumento de 3,51% em novembro, ligeiramente acima das projeções (+3,40%). O indicador segue pressionado pelos preços no atacado, que subiram 4,6% no período, principalmente os itens agrícolas, que ficaram 9,49% mais caros, a exemplo do milho (+20,9%) e da soja (13,9%), negociados internacionalmente e, assim, cotados em dólar. Em 12 meses, o IGP- 10 acumula alta de 23,82%. A 2ª prévia do IGP-M sairá quarta. Para o indicador, acreditamos que ocorrerá desaceleração de 2,92% para 2,75% devido ao arrefecimento dos produtos industriais e do índice de preços ao consumidor. Os IPCs da 2ª quadrissemana de novembro serão conhecidos no decorrer da semana. O da FGV será divulgado na segunda-feira e deve apresentar leve desaceleração, refletindo o barateamento das Passagens aéreas. Já o elaborado pela FIPE será publicado na terça-feira e deve mostrar suave desaceleração, por causa do menor ritmo de alta dos preços relacionados com viagens e da atenuação das altas dos alimentos.

No exterior, dados de atividade nos EUA e na China estarão no centro das atenções. Indicadores da produção industrial de ambos os países referentes a outubro ajudarão a medir o pulso da economia mundial no início do 4 º trimestre. Os dados de atividade de outubro dos EUA, que devem mostrar um cenário de expansão moderada, sinalizando que após a rápida recuperação inicial, a atividade dá sinais de acomodação, diante da 2ª onda do vírus e da ausência de novos estímulos fiscais. Os dados de produção industrial e vendas no varejo (terça-feira) devem mostrar crescimento de 1,0% e 0,5%, respectivamente, segundo consenso de mercado. No caso do setor industrial, que apresenta uma recuperação incompleta no país, a alta do mês praticamente apenas devolve a queda de 0,6% de setembro, e do mês praticamente apenas devolve a queda de 0,6% de setembro, e mantém o setor 6,2% abaixo do nível de fevereiro. O varejo, por sua vez, que mostra recuperação mais robusta, ficaria 4,6% acima do nível pré-crise. Ainda nos EUA, cabe destacar a divulgação dos dados do setor imobiliário, também de outubro: os números de construção de novas casas e licenças para novas construções (quinta-feira) e o dado de vendas de casas existentes (sexta-feira). A expectativa é de alta nos dados de construções e de licenças, reforçando o importante papel que o setor tem desempenhado no atual processo de recuperação no país, que se beneficia das condições favoráveis de financiamento.

Na Área do Euro, teremos o resultado da inflação ao consumidor de outubro (quinta-feira), que deve mostrar uma deflação no acumulado em 12 meses, de 0,3% na região. Ainda no bloco, teremos a prévia de novembro da confiança dos consumidores (sexta-feira) que deve mostrar nova queda, em função da piora sanitária no continente. Na China, os dados de atividade de outubro vieram positivos: a produção industrial registrou crescimento de 6,9% ante outubro de 2019, pouco acima das expectativas (+6,7%); enquanto as vendas no varejo subiram 4,3% na mesma base de comparação, maior taxa desde o início do ano, sinalizando que a atividade segue ganhando tração no país asiático.

 

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