Foco do mercado na agenda doméstica está na divulgação dos indicadores de inflação
Em semana relativamente vazia, as atenções se voltam para a inflação no atacado, enquanto o mercado fica atento à votação da reforma do Imposto de Renda e ruídos em torno da política fiscal. As prévias dos IGPs ajudarão a tomar o pulso da inflação ao consumidor nos próximos meses. Na agenda de indicadores, econômicos, que vem minguada, destacamos a divulgação do IGP-10 de agosto (terça-feira), que deve acelerar de 0,18% para 1,11% em agosto, impulsionado por grãos e in natura, que têm sofrido problemas de oferta devido às geadas. Além disso, também deve pressionar o aumento da bandeira tarifária vermelha patamar 2 e dos combustíveis. Assim, a expectativa de que a acomodação da inflação no atacado trouxesse algum alívio para a inflação do consumidor perde força, mantendo o viés de alta nas projeções do IPCA deste ano, que chegou hoje a 7,05%, segundo o boletim Focus.
Também teremos esta semana a 2ª prévia do IGP-M de agosto (quinta-feira), que deve acelerar de 0,72% para 0,75% devido ao maior ritmo de alta dos produtos agropecuários. Limitando o movimento, destaque para produtos industriais. Os IPCs da 2ª quadrissemana de agosto sairão na próxima semana. O da FGV, deve desacelerar de 0,97% para 0,88%, puxado por passagens aéreas. Já o da FIPE, deve acelerar de 1,18% para 1,28%, impulsionado por energia elétrica, alimentos, combustíveis e gastos com viagem.
Sem data definida, a Receita Federal pode divulgar ao longo da semana o resultado da arrecadação federal de impostos de julho. A expectativa é de que a arrecadação deva subir de R$137,1 bi para R$146,3 bi. Com isso, o crescimento real, deflacionado pelo IPCA, deverá ser de 15,8% (YoY), representando uma desaceleração relevante ao ritmo de crescimento observado no 2T21, impulsionado pelo efeito da base deprimida de 2020. Esta alta deve seguir refletindo, em parte, a baixa base de comparação, já que em 2020 o mês ainda foi afetado pelos diferimentos e desoneração do IOF como medidas de enfrentamento à pandemia, embora em menor magnitude que entre os meses de abril a junho. Além disso, o crescimento da arrecadação também reflete a recuperação da atividade econômica e a elevada inflação, especialmente das commodities exportadas. Em conjunto, tais fatores têm possibilitado revisões para cima das projeções de arrecadação e para baixo do déficit primário esperado para 2021.
No cenário global, destaque para dados de atividade. Tanto na China quanto nos EUA, serão divulgados dados do varejo e da indústria, referentes a julho. Os indicadores devem seguir mostrando avanço da atividade econômica no terceiro trimestre embora com sinais de acomodação, em especial no caso da economia chinesa.