Nesta segunda-feira pela manhã, o Banco Central divulgou o IBC-Br, uma proxy mensal do PIB, que mostrou crescimento de 0,69% em junho, acima do esperado pelo mercado (+0,35%), impulsionado pelo bom desempenho do setor de serviços (0,7%) e a melhora generalizada da confiança de junho. Com o resultado, o índice fechou o 2º trimestre com alta de 0,6%. Na terça-feira, teremos a publicação do monitor do PIB pela FGV, outra proxy mensal do PIB. O indicador que tem sinalizado para um PIB de 2022 mais robusto que as expectativas do mercado apontam. Em conjunto, ambas leituras devem reforçar as expectativas de um bom crescimento no 2T22, que pode chegar a 1,0%, fato que tem elevado as projeções de crescimento deste ano para 2,0% (ou mais), mesmo com alguma desaceleração esperada no 2º semestre.
No campo inflacionário, a FGV divulga o IGP-10 de agosto (quarta-feira), que deve passar para o terreno negativo, ao sair de 0,60% para –0,80%. A dinâmica do movimento deve ser causada pelo barateamento do minério de ferro, grãos, combustíveis, metalurgia, energia elétrica, gasolina, etanol e passagens aéreas. O resultado decorre da queda dos preços das commodities (atacado) sob a preocupação com uma recessão global, enquanto o corte de impostos sobre energia e combustíveis deve puxar o índice ao consumidor (varejo) para baixo. O resultado deve reforçar a perspectiva de uma descompressão da inflação no 2º semestre.
Na sexta-feira, teremos a 2ª prévia do IGP-M de agosto, que deve passar de 0,52% para –0,78%. Os destaques deverão ser o minério de ferro, combustíveis e energia elétrica. Também teremos as divulgações dos IPCs da 2ª quadrissemana de agosto. O da FGV (terça-feira) deve ir de –1,13% para –1,17%, puxado por combustíveis. O da FIPE (quarta-feira) deve ir para o patamar negativo, ao se deslocar de 0,02% para –0,05%. O destaque deverá ser a influência da queda da energia elétrica, combustíveis e alimentos.
A ata da última reunião do Fomc e os dados de atividade nos EUA devem dar o tom do mercado no cenário internacional. Após a surpresa positiva com o resultado da inflação (CPI) nos EUA na semana passada, os agentes se voltarão para os dados de atividade da maior economia do globo, buscando avaliar o ritmo da atividade neste início de 3º trimestre, a possibilidade de haver uma recessão no futuro próximo, além de calibrar as apostas para os próximos movimentos do Fed. A produção industrial e as vendas do varejo nos EUA, ambos referentes a julho, ajudarão a medir o pulso da atividade naquele país. Esses dados, aliados à ata, que será divulgada na quarta-feira, contribuirão para refinar as projeções para a taxa de juros americana. A agenda ainda reserva dados de atividade na China e o PIB da Zona do Euro referente ao segundo trimestre.