Decisão do Copom é ponto focal da agenda doméstica nesta semana
A agenda doméstica terá como foco principal a decisão do Copom, que deve cortar a taxa Selic de 6,75% para 6,25%, o que levará a Selic ao seu menor patamar histórico. Acreditamos que as condições correntes da atividade e inflação continuam prescrevendo novo corte da taxa básica de juros, ainda que o balanço de riscos para a inflação tenha piorado nas últimas semanas com a desvalorização cambial. Como justificativa, a autoridade monetária deve avaliar que a inflação segue com trajetória benigna e a atividade econômica está com recuperação ainda consistente, apesar dos números mais fracos. Além disso, a fala do presidente do Banco Central, durante o mês de março, considerando que a instituição tem reservas suficientes para suavizar variações bruscas do dólar, amenizou a relevância do tema para decisão de política monetária de maio, abrindo caminho para mais um corte da Selic. Com a decisão, acreditamos que a instituição deve encerrar o ciclo de flexibilização da política monetária e o comunicado deve apresentar esse posicionamento de forma clara. Tal decisão, no entanto, diminui o risco de postergação da convergência da inflação para a meta. De fato, os modelos do Banco Central devem apontar resultados ao redor da meta neste e no próximo ano. Ainda será conhecido o resultado da Pesquisa mensal de serviços de março e o IBC-Br do mês, consolidando os resultados do 1º trimestre, para o qual esperamos ritmo modesto de recuperação.
A segunda prévia do IGP-M (sexta-feira) deve mostrar aceleração de 0,40% para 1,14% em maio, impulsionado pelo encarecimento do Minério de ferro e dos Combustíveis. Ajuda a explicar a dinâmica do índice, a alta do câmbio ocasionada pela saída do EUA do acordo nuclear com o Irã e pela diminuição da oferta do petróleo, anunciada pelos membros da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).
Na terça feira, o volume de serviços de março deve crescer 0,2% (M/M), refletindo o maior fluxo de veículos pesados nas estradas (1,2%) e o bom desempenho do varejo ampliado (1,1%). O IBC-Br de março deve avançar 0,1% (M/M), em razão do crescimento do varejo ampliado (1,1%) e da produção industrial (0,1%). A perspectiva positiva para o setor de serviços também ajuda a explicar nossa a projeção para o índice de atividade econômica do Banco Central do Brasil (BCB).
Na agenda internacional, destaque para a divulgação dos primeiros indicadores antecedentes de maio e alguns dados de abril nos EUA e na China. Serão conhecidos os indicadores de vendas no varejo e produção industrial norte-americanos de abril, assim como indicadores de confiança de maio. Os indicadores podem trazer os eventuais efeitos iniciais do ambiente mais volátil que temos observado recentemente. A China também divulgará resultados de abril das vendas do varejo, da produção industrial e dos investimentos. Após resultado acima do esperado das exportações e importações para o mês passado, esperamos desempenho favorável da atividade no período. Ainda vale atenção para a inflação ao consumidor de abril na região do Euro.