Divulgação de indicadores de atividade é destaque da agenda local
O IBGE divulga o resultado do setor de serviços (terça-feira) e o Banco Central divulga o índice IBC-Br de atividade (quarta-feira), proxy mensal do PIB, ambos de julho. Após o PIB andar de lado no 2º tri, o mercado estará de olho nos dados de atividade de julho, que marcam o início do 3º trimestre. Por ora, os indicadores já divulgados vieram em tom misto. Por um lado, a indústria recuou além do esperado em julho, mantendo uma dinâmica predominantemente negativa. Do outro, as vendas no varejo surpreenderam positivamente, impulsionadas pela reabertura das atividades, deixando um viés positivo para o desempenho da atividade no período.
As perspectivas para o setor de serviços são positivas, com expectativa de alta de 0,7% no mês, a quarta consecutiva, refletindo o bom número do varejo ampliado (1,2%), o maior fluxo de veículos pesados nas estradas (1,3%) e a melhora da confiança observada no mês. Assim como no varejo, o setor de serviços deve seguir impulsionado pela maior reabertura das atividades, que favorecem especialmente os serviços prestados às famílias, mais dependentes do fluxo de pessoas e que devem garantir um bom desempenho para o setor no 2º semestre. Entre os tipos de serviços, os destaques deverão ficar com atividades turísticas e serviços prestados às famílias, em razão da volta gradual da normalidade, após um período relativamente longo de restrição às atividades para controle da disseminação de Covid-19.
Para o IBC-Br, a expectativa é de alta de 0,50%, refletindo o desempenho positivo do varejo e dos serviços no mês. Ainda que os sinais sejam de ligeiro avanço no início do 3º tri, segue o sentimento de cautela com o desempenho da atividade.
No cenário inflacionário, a FGV divulga o IGP-10 de setembro (quinta-feira), que deve mostrar queda de 0,50%, desacelerando ante o mês anterior (+1,18%). O principal vetor deve ser os preços do produtor, puxado para baixo pelo relevante movimento de queda do minério de ferro. Além disso, o alívio nos alimentos industrializados e combustíveis também devem contribuir para o movimento. No que se refere aos produtos agropecuários, acreditamos que deve ocorrer uma desaceleração influenciada pelo recuo dos grãos e da pecuária. Assim, o resultado deve ser puxado pela forte queda do preço do minério de ferro, que tem acomodado com o arrefecimento da economia chinesa. Na outra ponta, no entanto, os problemas climáticos devem seguir pressionando os produtos agropecuários no atacado, especialmente os grãos (café, milho e soja), além de também exercerem pressões altistas nas tarifas de energia elétrica e nos preços dos alimentos ao consumidor. Em 12 meses, o IGP-10 deve ficar em 26,68%. Assim, o indicador deve seguir pressionado, mantendo o cenário inflacionário bastante desafiador.
No exterior, atenções se concentrarão nos indicadores de inflação. Tanto os EUA quanto a Área do Euro conhecerão os números de inflação referentes a agosto, importantes para avaliar os próximos passos da política monetária, sobretudo nos EUA. Na terça feira, serão divulgados dados de atividade econômica na China, também referentes ao mês passado.