Números do varejo e IBC-Br estão no radar da semana
Na agenda da semana, o destaque fica por conta das vendas no varejo de dezembro (terça-feira) e da sondagem de serviços do mesmo mês (quinta-feira), que podem promover os ajustes finais nas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) no quarto trimestre de 2016, os quais deverão fortalecer nossa expectativa de queda de 2,3% do PIB no quarto trimestre de 2016 (comparativamente ao mesmo trimestre do ano anterior). Caso os dados venham mais fracos do que o esperado, será mais um argumento para o Banco Central em seu ciclo de afrouxamento monetário. A agenda doméstica tem como destaques também o IGP-10 de fevereiro (quarta-feira) e o IBC-Br de dezembro (quinta-feira).
Nossa expectativa é a de que as vendas do setor varejista restrito recuem 2,0% (m/m). Indicadores coincidentes como as consultas ao SCPC (-14,2%, m/m) e o movimento do comércio apurado pelo Serasa (-0,6%, m/m) dão suporte à nossa estimativa. No conceito ampliado, acreditamos em estabilidade. De um lado, temos as fracas vendas de veículos (Anfavea: -2,7%, m/m, Fenabrave:- 3,1%, m/m), enquanto de outro, a deflação dos itens do varejo ampliado deve beneficiar as vendas, resultando na manutenção do patamar atual do índice. No que se refere ao setor de serviços, nossa expectativa é de alta de 1,5% (m/m) em dezembro. Colabora para esta estimativa a melhora dos segmentos ligados à indústria. Em relação ao IBC-Br, esperamos alta de 0,1% (m/m) em dezembro. De um lado, o aumento da produção industrial (+2,3%, m/m) e a nossa expectativa de avanço para o volume de serviços pesam para cima, enquanto de outro, nossa perspectiva de desaceleração para a o varejo ampliado somado aos fracos dados da confiança atuam como contrapeso, levado à diminuição no ritmo de alta do indicador.
Ainda na quarta-feira, após as surpresas baixistas com os resultados do IGP-DI e do IPCA de janeiro, conheceremos o IGP-10 de fevereiro, para o qual estimamos alta de 0,20%, com nova deflação dos preços de produtos agropecuários no atacado e desaceleração do IPA industrial. A deflação importante do IPA Agropecuário somado a desaceleração dos Produtos industriais, por conta da queda no preço dos alimentos industrializados e da menor inflação para o minério de ferro, devem contribuir para o resultado. No que se refere ao IGP-M, o indicador deve apresentar variação menor na segunda prévia de fevereiro. A menor pressão altista do IPA Industrial puxará a desaceleração do indicador no período.
No exterior, em semana de agenda com divulgação de poucos indicadores, nos Estados Unidos, os destaques ficarão com os resultados da produção industrial e das vendas do varejo de janeiro, na quarta-feira. Apesar da relativa estabilidade esperada para os dois indicadores, uma eventual surpresa poderá alterar a percepção sobre o ritmo de crescimento do PIB norte-americano neste primeiro trimestre. Além disso, após os dados da balança comercial da China de janeiro sugerirem estabilização do crescimento, merecem atenção as divulgações dos índices de inflação ao produtor e ao consumidor referente ao início deste ano, nesta madrugada. Esperamos que os preços ao produtor continuem acelerando, refletindo a elevação dos preços das commodities.
Compartilhe este post