Na terça-feira, teremos o principal evento da semana na agenda doméstica, com a publicação da Ata do Copom. No documento, o Banco Central do Brasil não deve alterar de forma significante o tom do comunicado pós Copom. Acreditamos que novamente será citado preocupação com o risco fiscal e a possível contaminação nos preços dos ativos, mas sem ajustes no seu balanço de riscos. Outros destaques da agenda local desta semana ficam por conta dos dados do setor de serviços, além da divulgação do IBC-Br de outubro e do IGP-10 de dezembro.
O volume de serviços (terça-feira) deve avançar 0,8% (MoM) em outubro. Dá suporte à avaliação, o desempenho positivo varejo ampliado (0,5%), beneficiado por alguma antecipação das promoções de Black Friday. O maior fluxo de veículos nas estradas (0,4%, ABCR) e o barateamento do preço da gasolina (R$5,0 para R$4,9) também devem ajudar.
Na quarta-feira, o IBC-Br de outubro deve crescer 0,4% (MoM), refletindo a nossa estimativa de expansão do setor de serviços (0,8%). O varejo ampliado (0,5%) e a indústria (0,3%) também devem contribuir positivamente. Limitando o movimento, destaque para a deterioração da confiança.
O IGP-10 de dezembro deve ir para o terreno positivo, ao sair de –0,59% para 0,30% (M/M). Entre os vetores, destaque para o encarecimento do minério de ferro, alimentos e combustíveis.
Também na terça-feira, pode ocorrer a votação da PEC da Transição na Câmara. A PEC da Transição foi aprovada no plenário do Senado em dois turnos, com folga, e agora segue para a análise da Câmara, para votação também em dois turnos. Depois, precisar ir à sanção do presidente. O texto aprovado no Senado foi o mesmo da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que aumenta em R$ 145 bilhões o teto de gastos por dois anos e permite gastos extras de até R$ 23 bilhões. Para quarta-feira, tem votação da constitucionalidade do Orçamento Secreto no Supremo Tribunal Federal, cuja votação foi interrompida na semana passada.
Na agenda internacional, o principal evento será a decisão de política monetária do Fed (quarta-feira), sendo amplamente esperado uma desaceleração no ritmo de altas das FFR. Ainda que o mercado de trabalho continue a demonstrar sua resiliência, os primeiros sinais de arrefecimento do quadro inflacionário parecem se manifestar. A expectativa é de que o Fed eleve os juros em 50 pontos-base – com desaceleração em relação à última reunião, quando a alta foi de 75 pontos-base. Nos Estados Unidos, a agenda econômica inclui também a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor, o CPI, de novembro, que deve confirmar os sinais de desaceleração dos preços, passando de 7,7% para 7,3% (YoY). O indicador mede a variação do preço de bens e serviços.
Na Europa, também tem decisão de política monetária na agenda semanal, além da divulgação dos dados de Produção Industrial e do Índice de Preços ao Consumidor. Na quinta, para a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), acreditamos em manutenção do movimento de alta em 0,75 p.p., apesar de reconhecermos que o risco de uma desaceleração do ritmo de alta para 0,5 p.p. se elevou. Para a decisão de política monetária no Reino Unido o consenso é de elevação da taxa básica de juros em 0,5 p.p..
Os indicadores de atividade na China (terça-feira), referentes a novembro, serão os destaques desta semana para a agenda na Ásia. Nossa expectativa é de que as leituras reforcem o cenário de estabilização no ritmo de crescimento no último trimestre do ano.