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Agenda Econômica Semanal – 10 a 16 de outubro de 2022 : Inflação, no Brasil e nos EUA, continua dando o tom na agenda desta semana

Na terça-feira, o IBGE divulgará o IPCA de setembro, para o qual projetamos deflação de 0,32% em relação ao mês anterior. A expectativa é de que o IPCA deve seguir em campo deflacionário, após recuo de 0,37% observado no IPCA 15 do mês, refletindo ainda os efeitos dos cortes nos preços dos combustíveis, arrefecimento das pressões de alimentos e queda esperada para o grupo comunicação.

Na sexta-feira será conhecida a Pesquisa Mensal de Serviços de agosto. O setor ainda deve ser beneficiado pelo processo de normalização do funcionamento de negócios, embora em menor magnitude, após alta de 1,1% no volume de serviços prestados em julho. Os serviços prestados às famílias, atividades como tecnologia de informação e transporte de carga ainda devem sustentar o desempenho.

Para a pauta externa, o grande foco fica para a Ata do Fomc e para os dados de inflação nos EUA, que devem mostrar um cenário de persistência inflacionária, com o núcleo do CPI mostrando mais uma aceleração na comparação anual. Neste sentido, e considerando o último Payroll, dificilmente os dirigentes do Fed, que discursarão ao longo da semana, terão incentivos para mudar o tom agressivo contra a inflação, sustentando a defesa de um ciclo de juros elevados por mais tempo para conter os preços elevados. A inflação ainda elevada e a perspectiva de um Fed hawkish devem sustentar a alta das yields dos treasuries e do dólar frente a maioria das divisas.

Ainda nos EUA, o início da bateria de balanços corporativos deve sinalizar os impactos do ambiente de condições financeiras mais apertadas. Atenção especial deve ser relegada aos guidances das empresas, que podem incorporar a expectativa de queda da economia nos resultados dos próximos trimestres. Caso isso ocorra, mais um fator negativo para as bolsas na semana

Diversos indicadores da China serão divulgados após uma semana de feriados, com a divulgação de indicadores de inflação ao consumidor e ao produtor, além da Balança Comercial. No campo político, as expectativas devem ser direcionadas para o Congresso do Partido Comunista da China que decidirá sobre a possibilidade de manter Xi Jinping como presidente vitalício.

Para a semana, o dado de inflação ao consumidor nos EUA deve pautar a discussão sobre inflação e política monetária, após os dados do mercado permanecerem robustos. Com isso, espera-se um cenário de valorização global do dólar, taxas dos treasuries em alta, além de baixa para as bolsas e commodities.

No front interno, a inflação ao consumidor em declínio, em conjunto com a atividade ainda em recuperação, mantém a perspectiva otimista para os fundamentos. Os agentes de mercado também passaram a embutir nos cenários uma visão mais positiva para o quadro fiscal, após o resultado do primeiro turno da eleição confirmar um viés mais reformista para o Congresso.

Contudo, esperamos que o movimento de cautela esperado para o exterior tenha influência para direcionar os ativos locais Somado a isso, fatores como uma correção técnica, após a euforia observada sobre os ativos na última semana, e eventual redução da liquidez por conta do feriado nacional ajuda na expectativa de uma postura mais defensiva dos investidores.

Por outro lado, o retorno recente de fluxo estrangeiro notado para a renda variável, aliado a alta esperada para a cotação do petróleo e as questões mais benignas citadas acima, em relação aos fundamentos domésticos, amenizam os impactos negativos trazidos do ambiente internacional.

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