Indicadores de atividade devem indicar estabilidade econômica na passagem de abril para maio
Após a divulgação dos índices de preços, na semana passada, que reiteram a manutenção da tendência desinflacionária, a atenção do mercado nesta semana será a evolução da atividade econômica no segundo trimestre. Por enquanto, os sinais têm se mostrado benignos em maio com alguma correção baixista em junho, nos levando a projetar uma retração do PIB de 0,4% no período. A Pesquisa Mensal do Comércio (quarta-feira) que deve mostrar estabilidade das vendas do varejo restrito na passagem de abril para maio, com crescimento de 0,8%, refletindo o estímulo da liberação das contas inativas do FGTS e a melhora da inflação. O avanço dos indicadores coincidentes, como as consultas ao SCPC (+2,4%, m/m), as vendas dos supermercados pela Abras (+1,4%, m/m) e o de movimento do comércio (+0,6%, m/m, Serasa) também dão suporte à nossa análise. No conceito ampliado, que inclui veículos e material para construção, o comércio deverá apresentar expansão de 1,5% (m/m) em maio devido ao impulso do FGTS e à inflação branda. O indicador coincidente de vendas de veículos e comerciais leves (+1,2%, m/m, Anfavea / +3,8%, m/m, Fenabrave) também dá respaldo ao nosso cenário básico.
A Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE (quinta-feira) deve apresentar elevação de 0,1% (m/m) em maio. O aumento de 2,7% no fluxo de veículos pesados nas estradas e nossa expectativa para o varejo ampliado ajudam a explicar a estimativa. Teremos também o IBC-Br, proxy mensal do PIB calculada pelo Banco Central (sexta-feira), que deve mostrar estabilidade da atividade econômica entre abril e maio. Nossa expectativa é de que o IBC-Br virá com avanço de 0,6% (m/m) em maio, puxado pela alta esperada do varejo ampliado e pelo avanço da produção industrial. O setor de serviços também deve contribuir para o crescimento do índice de atividade do Banco Central. Na semana, a ABCR divulgará também o fluxo de veículos nas estradas de junho.
Além disso, conheceremos os resultados mais atualizados da safra agrícola (que serão divulgados no levantamento da Conab na terça-feira) e do emprego industrial de junho, segundo a Fiesp, na quinta-feira. Por fim, destacamos a 1ª prévia do IGP-M de julho que deve mostrar intensificação do ritmo de deflação, ao passar de –0,51% para –0,70%. A maior deflação dos produtos agropecuários, refletindo os efeitos da safra recorde, ajuda a explicar esta projeção.
Na agenda externa, diante dos sinais de melhora da economia dos EUA e da aceleração da atividade na Área do Euro em junho, destacamos a divulgação dos indicadores de atividade das duas regiões na semana que vem. Na sexta-feira, conheceremos os dados de junho das vendas no varejo e da produção industrial nos Estados Unidos. No mesmo dia, será divulgada a inflação ao consumidor no país no mesmo mês. O mercado deverá também ficar atento ao discurso de Janet Yellen, presidente do Fed, em busca de indicações sobre os próximos passos da política monetária. Na Europa, vale chamar atenção ao resultado da produção industrial de maio, na quarta-feira. Nesse mesmo dia, o USDA divulgará o relatório com as projeções para a oferta e demanda global dos principais grãos. Na China, esperamos que os dados que serão divulgados nesta semana – com destaque para a balança comercial, na quarta-feira – reforcem o sinal dado pelo índice PMI, de discreta aceleração da atividade na passagem de maio para junho.