Agenda Econômica Semanal – 17 a 23 de agosto de 2020
Questão fiscal é principal pauta da agenda doméstica
A agenda doméstica desta semana tem como destaque a questão fiscal. Com a divulgação dos dados de arrecadação de impostos em julho, o debate fiscal seguirá sendo o centro das atenções em meio a uma agenda de indicadores mais fraca. Além disso, a volatilidade no mercado será pautada pelas incertezas em torno da permanência do ministro da Economia, Paulo Guedes, no cargo, assunto que tende a pressionar as decisões nas mesas de operações. Desde a semana passada, quando houve a ‘debandada’ na equipe econômica, com a baixa de dois secretários que estavam insatisfeitos com o andamento da pauta econômica, sobretudo com a de privatizações, o clima aparente estar tensionado dentro do governo. Depois de afirmar que se comprometeria com a saúde fiscal do País, o presidente Jair Bolsonaro disse que não haveria problema em furar o teto e, nesse fim de semana, recuou de novo, dizendo que o teto é ‘norte’ do Brasil. Em meio a essas idas e vindas, a relação entre o ministro e o presidente pode ter estremecido. Ventila-se que um provável substituto de Guedes seria o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.
No exterior, pesar da injeção de 700 bilhões de yuans, o equivalente a US$ 101 bilhões na economia pelo Banco Central da China (PBoC), os mercados não se animam nesta segunda-feira. O investidor continua sem saber se e quando o pacote fiscal norte-americano será aprovado para que a economia supere a crise de covid-9. Ao mesmo tempo, novas notícias do fim de semana reforçam a instabilidade na relação entre EUA e China. O presidente americano, Donald Trump, ordenou que a companhia chinesa ByteDance venda todos os ativos do aplicativo TikTok no país em 90 dias, citando mais uma vez questões de segurança nacional. Uma semana antes, ele assinou um decreto banindo a operação do TikTik e do WeChat nos EUA em 45 dias. Além disso, a possibilidade de nova onda de covid-19 em algumas partes do globo continua preocupando. Na Nova Zelândia, o governo adiou em quatro semanas as eleições do país marcadas para setembro. Assim, no exterior, a agenda vem com otimismo moderado nas bolsas europeias e Futuros de Nova York em meio ao impasse sobre um novo pacote de estímulos fiscais nos Estados Unidos e as tensões sino-americanas. A divulgação do conjunto de sondagens será o destaque da agenda internacional. Índices PMI de EUA, Europa e Japão relativos a agosto atestarão o ritmo da retomada no terceiro trimestre e fornecerão sinais adicionais sobre o ritmo de recuperação do setor de serviços em relação ao restante da economia.
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